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Casimiro de Brito

Nascido em Loulé em 1938, Casimiro Cavaco Correia de Brito é poeta e prosador.  Estudou Comércio em Faro, na agora Escola Tomás Cabreira, e frequentou em Londres o Westfield College, a convite da BBC. Antes de regressar a Portugal, viveu em Dusseldórfia, na Alemanha. Já em Lisboa, trabalhou como director numa instituição bancária. Foi um dos fundadores e directores da revista “Cadernos do Meio Dia”, colaborador da colecção “Encontro”, da revista literária “Loreto 13” e de vários jornais do Algarve.  O seu reconhecido mérito fez com que tivesse sido escolhido para participar no VI Congresso Mundial de Poesia, em 1982, nas Ilhas Canárias. O seu primeiro livro surgiu em 1957 (Poemas da Solidão Imperfeita) e, desde então, publicou 38 títulos.

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Conheça o trabalho deste autor
Poema "Poente Fantástico"

"Ao longe inconfortável

Meu barco imaginário

Transformado em chamas e espuma

Colabora na dança do poente.

Entre palácios fantásticos

Monstros e deuses ferozes

Meus dedos arredondados

Nas saliências da cor.

E do sangue poentino

Em espasmos de ouro e cristal

Serpentes enroscando o mundo

E nascendo flores luminosas

Nos seus ventres gasificados.

Barcos e catedrais em chamas

Virgens poetas e prostitutas de mãos dadas

Circundando a diamantina fogueira do poente

Onde meus dedos arrendondados

Acariciam as saliências da cor."

áudio

Poema "Poema de todos os dias"

"Hoje a rua triste não cheirava

a flores nem a pernas cansadas

correndo para o trabalho

foi infinitamente maior

a costumada originalidade

passaram os meninos redondos

entrançados como um cordão de sizal

e acenaram lenços brancos quando

um moribundo caíu pela última vez

hoje a rua triste não cheirava

a flores nem a pernas cansadas

correndo para o trabalho

apenas talvez à queda última dum cordão de anseios

e ao aceno branco dos meninos redondos

correndo a sorrir para o futuro"

áudio

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